Oradores

Alexandre Quintanilha viveu os primeiros 25 anos na África Austral, onde se formou, os 20 anos seguintes na Bay Area da Califórnia e os últimos 30 anos em Portugal. Teve a sorte de liderar inúmeros grupos de investigação e de conviver com pessoas imensamente inspiradoras. Doutorou-se em física teórica, estudou o stress oxidativo nos seres vivos e a forma como lidamos com o risco. Criou e ajudou a criar centros e institutos de investigação e diferentes cursos de estudo nas Universidades de Berkeley e do Porto e no LBNL, sempre multidisciplinares. Como parlamentar, contribuiu para uma política baseada no conhecimento.

Ana Rita Lado Ribeiro é Investigadora Principal no Laboratório de Processos de Separação e Reação - Laboratório de Catálise e Materiais (LSRE-LCM/FEUP). As suas atividades de investigação centram-se no desenvolvimento de métodos para análise de contaminantes de preocupação emergente no ambiente; no estudo da remoção desses contaminantes de águas/águas residuais, através de tratamentos biológicos e processos avançados de oxidação; e na identificação de metabolitos (biodegradação) e subprodutos de reação, entre outros. Atualmente é investigadora principal do projeto ERA-ARE, financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (ERC).

António Jacinto é Diretor do NIMSB – NOVA Institute for Medical Systems Biology e Investigador Principal da NOVA Medical School, Universidade NOVA de Lisboa. A sua atividade de investigação é baseada na utilização de abordagens de biologia de sistemas para estudar o papel do metabolismo celular na regeneração de tecidos e as consequências patológicas da sua desregulação, particularmente no caso das doenças oncológicas. O objetivo final é obter novo conhecimento sobre a fisiologia humana e mecanismos de doenças, que possa levar a novos métodos de diagnóstico e a abordagens terapêuticas inovadoras.

Célia M. Manaia é professora associada na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa. As suas atividades de ensino e investigação centram-se na microbiologia e na genética. Nas últimas décadas, tem-se dedicado ao estudo da resistência aos antibióticos e da sua disseminação no ambiente, principalmente através do ciclo urbano da água. As suas atividades de investigação combinam interesses em sistemática e ecologia bacteriana na interface homem-ambiente, com particular incidência em bactérias ambientais clinicamente relevantes. É atualmente presidente da Comissão de Ética para as Tecnologias, Ciências Sociais e Humanas da UCP, vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Microbiologia, vice-presidente do International Committee on Systematics of Prokaryotes e membro de conselhos editoriais.

Fausto Lopo de Carvalho é Diretor Financeiro e de Operações do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e Diretor de Operações e Membro do Conselho Executivo do Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular (uma fundação privada criada em 2023 com o objetivo de fundir o iMM e o iGC numa nova organização). Fausto Lopo de Carvalho juntou-se ao iMM em junho de 2017, vindo da iQVIA, uma empresa multinacional de consultoria e data intelligence. Foi responsável pela reformulação da gestão do iMM seguindo uma visão de 360º do do processo global de gestão da ciência no iMM. Para além de supervisionar o orçamento anual da organização, foi também responsável por reunir seis equipas - Gabinete de Financiamento, Gestão de Projetos Gestão de Projetos, Contabilidade, Compras, Jurídico e Infra-estruturas - com o objetivo de alinhar metodologias e implementar um continuum de aprendizagem do conhecimento em todas as fases do processo. Tem sido muito ativo na defesa da ciência em Portugal e, entre as suas contribuições para e entre as suas contribuições para o panorama mais alargado, a mais relevante foi um estudo produzido para mostrar o impacto negativo do IVA nas aquisições relacionadas com a ciência no âmbito de projetos de investigação.

Helena Canhão é Professora Catedrática de Medicina, Coordenadora da Unidade de Investigação Comprehensive Health Research Center (CHRC) e do Laboratorio Associado REAL. Médica especialista e consultora senior de reumatologia, é Diretora da Unidade de Reumatologia da ULS S. José - Hospital Santo Antonio dos Capuchos, Lisboa. É Presidente do Conselho de Escolas Médicas (CEMP). Presidente do Conselho Consultivo da AICIB e Presidente do Conselho Consultivo do Laboratório Colaborativo Value for Health.

Henrique Barros é Professor Catedrático na Faculdade de Medicina, Presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto e Presidente da ASPHER. Coordena a Unidade de Investigação em Epidemiologia e o Laboratório Associado para a Investigação Integrativa e Translacional em Saúde Populacional (ITR).

Henrique Cyrne Carvalho licenciou-se em Medicina na Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas da Universidade do Porto (ICBAS-UP) em junho de 1983. Entre 1984 e 1989, foi membro do Conselho Diretivo da Ordem dos Médicos. Entre 1985 e 1986, iniciou a sua carreira académica como Assistente Júnior no ICBAS-UP, passando a Assistente Convidado em 1990. Posteriormente, iniciou o estágio em Cardiologia de Intervenção no Hospital de São João no Porto. Dois anos mais tarde, tornou-se Professor Auxiliar de Cardiologia e no mesmo ano obtém a licenciatura em Cardiologia também no ICBAS-UP. Em 1993, foi-lhe atribuída uma Bolsa da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC), e deslocou-se a Toulouse para um estágio de um ano em Cardiologia de Intervenção, na "Unité de Cardiologie Interventionnelle" da Clinique Pasteur. Em 1994, assumiu o cargo de Diretor do Laboratório de Cardiologia de Intervenção do Hospital de Santo António (Porto). Foi eleito por duas vezes para a direção do Grupo de Trabalho de Cardiologia de Intervenção Cardiologia de Intervenção (1995, 1997), e para a Direção (2000, 2001) da SPC. Em 2000, obteve o grau de Doutor em Medicina pelo ICBAS-UP, tendo sido Presidente da Comissão Pedagógica do Curso de de Medicina, entre 2002 e 2013. Em 2006, foi designado pelo Ministério da Saúde como assessor do Coordenador Nacional das Doenças Cardiovasculares. Em 2009, obteve a subespecialidade de Intervenção Cardiovascular. Em 2010, passou a ser membro da Comissão Científica do Curso de Medicina. Quatro anos depois, obteve a Habilitação em Ciências Médicas no ICBASUP, e foi eleito para o Conselho de Representantes e para o Conselho Científico (2014-2018). Em 2015, passou a Professor Associado Convidado e, em 2016, foi designado Diretor do Curso de Medicina e passou a Cardiologista Sénior. Desde 2017, é Professor Catedrático e membro da Unidade de Investigação Multidisciplinar em Biomedicina (UMIB). De dezembro de 2020 a 2022, foi Presidente do Conselho das Escolas Médicas Portuguesas (CEMP). Atualmente, é reitor do ICBAS-UP e Presidente do Conselho Científico desde dezembro de 2018.

Joana Azeredo é professora associada com agregação da Universidade do Minho, investigadora do Centro de Engenharia Biológica e coordenadora do grupo de investigação em Bacteriófagos e Biofilmes. A sua atividade de investigação centra-se no desenvolvimento de soluções biotecnológicas para o controlo de infeções bacterianas, tendo tido um grande contributo no domínio da terapia fágica. Recentemente foi homenageada pelo ICTV com a proposta de atribuição do seu apelido a uma subfamília de bacteriófagos (Azeredovirinae). É membro fundador da International Society of Viruses of Microbes participando ativamente na divulgação das atividades científica da sociedade. É editora da revista Virology Journal e coautora de 4 patentes, 4 livro e mais de 250 artigos em revistas internacionais.

Luís Lopes da Costa é, desde 2006, professor catedrático da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. A sua atividade de investigação versa o estudo das interações embrio-maternas conducentes ao estabelecimento e manutenção da gestação, e dos mecanismos fisiopatológicos celulares e moleculares da inflamação e infeção uterina. Dirige uma equipa de reprodução assistida e um banco de germoplasma oficiais, e é diretor de um laboratório de diagnóstico de doenças da reprodução acreditado pelo IPAQ, todos eles prestando serviços à comunidade. Desde 2018 exerce o cargo de Presidente do Conselho Científico da FMV-ULisboa e, desde 2021, é diretor do Laboratório Associado para a Ciência Animal e Veterinária (AL4AnimalS), cujas linhas temáticas são centrais ao conceito de Uma Só Saúde.

Luís Pereira de Almeida é Líder de Grupo e coordena o CNC-Centro de Neurociências e Biologia Celular e o Centro de Biomedicina e Biotecnologia Inovadoras – Laboratório Associado (CIBB) da Universidade de Coimbra, onde é também Professor Associado na Faculdade de Farmácia. Doutorou-se no Centro de Terapia Génica de Lausanne CHUV, na Suíça, e tem trabalhado no campo da terapia génica de doenças do cérebro tais como a doença de Machado-Joseph. Está envolvido em diversas iniciativas entre as quais se destaca a coordenação do GeneT – um projeto Teaming do programa Horizonte Europa, para criar um novo Centro de Excelência em Terapia Génica.

Manuel Santos é diretor científico do Instituto multidisciplinar do envelhecimento, MIA-Portugal, e Professor Catedrático da Faculdade de Medicina, da Universidade de Coimbra. Desenvolveu a sua carreira científica e académica na Inglaterra, nos Estados Unidos, em França e na Universidade de Aveiro, onde fundou o Departamento de Ciências Médicas e o Instituto de Biomedicina - iBiMED. A sua investigação foca nos erros de tradução do mRNA pelo ribossoma e no seu papel na degeneração e senescência celular, na instabilidade e diversificação do proteoma e na evolução de plasticidade fenotípica.  

Nuno Ferrand de Almeida é biólogo e Professor de Biologia Evolutiva e da Conservação na Universidade do Porto, e Diretor do CIBIO, um Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos. É também Diretor da BIOPOLIS, uma associação privada sem fins lucrativos que gere atualmente o maior programa de investigação em Biodiversidade da Europa, tendo como principal parceiro a Universidade de Montpellier, França. Também concebeu, implementou e abriu ao público o novo Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, que desenvolve uma nova abordagem museológica entre arte e ciência. É autor de mais de 150 artigos científicos em revistas internacionais e publicou vários livros. Os seus principais interesses de investigação estão relacionados com a compreensão das origens e manutenção da diversidade biológica a nível global, incluindo as estratégias atuais que conduzem à sustentabilidade do nosso planeta. Além disso, criou também o conceito de TwinLab, que é uma ferramenta importante utilizada para colaborações científicas entre países de língua portuguesa no mundo, mas que foi recentemente alargada a outras geografias. Criou e foi diretor durante mais de uma década do BIODIV, um programa global de doutoramento que promove a formação de uma nova geração de estudantes de todas as nacionalidades, e é agora responsável por um novo curso de mestrado de duplo grau entre Portugal e Angola. Em tempos mais recentes, foi galardoado múltiplas vezes, incluindo as Medalhas de Ouro e de Mérito dos Municípios de Vila do Conde e do Porto, o Grande Prémio Ciência Viva 2022, e a Légion d'Honneur atribuída em junho de 2023 pelo Presidente francês.

Sónia Dias é Diretora e Professora Catedrática da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa. Doutorada em Saúde Internacional. Desenvolve a sua atividade científica na área da promoção da saúde, prevenção da doença e ciências socio-comportamentais, com enfoque em desigualdades em saúde, bem como na avaliação de intervenções e políticas em saúde. Tem vasta experiência em projetos, nomeadamente financiados pela União Europeia. Atua como consultora em várias organizações internacionais e painéis científicos. É autora de mais de 150 artigos em revistas científicas indexadas e publicou vários capítulos de livros.

Tiago Marques é um investigador sénior no Centro Clínico Champalimaud onde co-lidera o Digital Surgery LAB. O principal foco do seu trabalho é desenvolver dispositivos médicos para melhorar o planeamento e execução de cirurgias combinando novas tecnologias de Realidade Aumentada e Inteligência Artificial (IA). Antes disso, Tiago fez um pós-doutoramento no MIT em IA e neurociência computacional. Tiago fez a sua tese de doutoramento na Fundação Champalimaud, estudando percepção visual, e tem um mestrado em Engenharia Física Tecnológica do Instituto Superior Técnico, com especialização em controlo e aquisição de dados. Tiago teve ainda uma experiência profissional em consultoria estratégica na BCG.

Virginia Dignum é professora catedrática de Inteligência Artificial Responsável na Universidade de Umeå, Suécia. Lidera o Laboratório de Políticas de IA. Possui um PhD em Inteligência Artificial pela Universidade de Utrecht, e é membro da Academia Real Sueca de Ciências da Engenharia (IVA), do Conselho Consultivo das Nações Unidas sobre IA (e único de Portugal), da Parceria Global em IA e do grupo de especialistas da UNESCO sobre a implementação de recomendações de IA. Fellow da Associação Europeia de Inteligência Artificial (EURAI), Foi fundadora da ALLAI, a Aliança Holandesa de IA, e é co-presidente do Conselho do Futuro Global sobre IA do World Economic Forum (WEF).